Home Dica do Pula 16 sons que fizeram 2016 valer a pena

16 sons que fizeram 2016 valer a pena

by Paloma Morais

É quase unanime quando se fala que 2016 foi uma bosta, mas, para a música não foi assim.

Separei aqui 16 sons que fizeram um dos anos mais sinistros de todos valer a pena. Não é nenhum TOP ou Ranking, são apenas descobertas que encontrei ao longo do ano e que resolvi compartilhar, são algumas faixas, discos e clipes que me fizeram ter um pouco de fé. Vamos nessa:

1 – BAIANASYSTEM – Duas Cidades

Lançado em 29 de março de 2016 – aniversário de Salvador – o disco que é uma visão ampla sobre a capital baiana e traz uma mescla de guitarra baiana com programações eletrônicas, além de uma poesia que convida à reflexão sobre a geografia de Salvador e também sobre nosso atual momento político e a inversão de valor que anda rolando.

Tive a oportunidade de trampar com os caras no Festival de Inverno de BH e caramba, que experiência.
Além de um disco ímpar, o show dos caras é algo inexplicável. Uma apresentação muito visual e mostra uma banda madura com uma presença de palco animal.

Momentos antes de começar o show, o Russo Passapusso (Voz) , Roberto Barreto (Guitarra Baiana)  e SekoBass (Baixo) estavam trocando ideia com a galera e autografando algumas máscaras – característica inconfundível do show dos baianos – com uma naturalidade fantástica.

Dê o play e sinta a África!

 

2 – ATTOOXXA

Aproveitando que já estamos na Bahia, vamos falar dos manos do ATTOOXXA!
Pega toda aquela influência do epicentro musical do mundo, a África, coloca isso na Bahia, adiciona grave, muito grave, preferencialmente em 808 e pronto. Isso é ATTOOXXA.

Os caras mesclam aquele pagodão baiano com um trap cabuloso e o resultado é óbivio: um som único que estimula o corpo a se mexer. O primeiro contato que tive com o som dos caras foi um remix do Papai Snoop Dog em Smoke Weed Everyday e de lá pra cá venho acompanhando todos os lançamentos dos caras.

3 – Baco Exu do Blues & Diomedes Chinaski- Sulicídio

Esse som deu – e ainda está dando – o que falar. E pra mim, foi o som mais significativo do ano. Não só pelo que ele diz, mas pelo que ele fez comigo.
A música que saiu no dia 29 de Agosto de 2016 é um soco na cara do Rap nacional.
Baco e Diomedes são dois Mc’s do Nordeste que depois de anos de estrada perceberam que estar fora do eixo Rio – SP é complicado em vários sentidos, principalmente em produção e distribuição do som e claro, shows. Além do que, quando Mc’s de outras cidades faziam apresentações em cidades do nordeste, eram tratados como rei. E isso fez o ódio crescer nos manos. O resultado é Sulicídio, 4:41 minutos de ódio literário bebendo em fontes como poesia de escárnio, metáforas e muitas punchlines bravas!

A partir deste som comecei a procurar vários sons nordestinos e foram coisas geniais que encontrei nesse garimpo.

https://www.youtube.com/watch?v=_2r0OtMxj20

4 – Die Antwoord – Fat Faded Fuck Face

Já conhecia esse duo sul-africano de outros rolês, mas, esse som que eles lançaram foi o ponto mais fora da curva. Resumindo: É um Trap, Sex, Satânico!

O Die Antwoord já me chamava a atenção pela estética que era apresentada em todos os clipes e em Fat Faded Fuck Face não foi diferente. O clipe parece ter sido gravado em um set do Behemoth, com um elenco completamente freak show como de costume, mas dessa vez eles vieram com um trap pesado.

Sem mais delongas, clica aí e confere o que eu tô falando:

https://vimeo.com/195866734

5 – The Internet – Special Affair/Curse

Cheguei até esse som durante uma pesquisa sobre os envolvidos no Odd Future, coletivo encabeçado pelo Tyler, The Creator. Quando começou a rolar o som desse baixo que vem extremamente grave e com o swing que te faz dar aquelas balançadinhas na cabeça, eu parei, voltei o clipe e comecei de novo, e de novo e mais uma vez. Não me dei conta de quantas vezes vi esse clipe na sequencia. Descobri ali um grupo novo que fez o Rap soar tão suave quanto música de elevador.

6 – Lívia Cruz – Eu tava lá

Esse som é pesado! Uma resposta direta ao som do Costa Gold – Quem tava lá?
A Lívia é uma mina que tá destravando um rap sinistro e tem uma história de vida daquelas.
“Eu tava lá e não te vi Jão”. Clica aí e segura o flow da mina:

7 – Rafa Braga – Carna belô

Conheci esse cara de uma forma completamente inusitada. Aplicando prova no ENEM (risos).
Em 2015 aplicamos prova na PUC do Coração Eucarístico, e dividi a coordenação da sala com esse tilêlê.
Ao fim do segundo dia de prova entreguei ele um cartão do PulaBH. 4 ou 5 meses depois recebi uma ligação: “Mano, você é do PulaBH! Eu nem me toquei quando você me deu o cartão, vamos encontrar, trocar uma ideia. Tô lançando um som pro o carnaval e quero te mostrar.” Respondi: Beleza, mas quem é você?

Tratava-se de Carna belô, uma homenagem ao carnaval de rua da capital mineira que seu lançamento coincidiu com a festa de 1 ano do Pula. Não pensamos 2 vezes, arquitetamos tudo para que o show de lançamento fosse nessa festa. E acho que nunca deixei claro o quão gratificante foi esse rolê. E esse som é pra mim o hino do carnaval de BH.

8 – Dv Tribo – Diáspora

Já acompanho a cena de Rap em BH há alguns anos e nunca vi algo parecido com o DV.
Clara Lima, Oreia, Hot Apocalypse, Djonga, Fabrício FBC e Coyote nos beats foram a tribo.
Cada um deles já tinha um trampo na pista, a galera se juntou e formou o DV – que a princípio era Deuses Vivos, mas que com o tempo acharam que era muita prepotência – e hoje são um dos principais nomes da nossa cena.

A qualidade nas letras, beats e no corre são incontestáveis. Duvida? Clica aí:

9 – Rincon Sapiência – Ponta de Lança

Lançado na última semana do ano, esse som é uma poesia cheia de metáforas, comparações e muitas referências da música e do cinema. O clipe vem com uma estética surpreendente, pra quem curte audiovisual, esse trampo foi gravado com uma Sony VX2000, ou seja, essa estética que ele apresenta não é pós produção.

10 – DDcrash – Game 7

Conheci o som desse duo paulistano fazendo uma pesquisa sobre música eletrônica com percussão.
Foi identificação imediata. Os caras tem uma pegada bem gringa e esse som em especial é um mushup do rolê deles com lances clássicos da NBA com vários ídolos -para quem curte basquete é um prato cheio.

Salve Renannas! Vamos agilizar essa conexão SP-BH!

11 – Skrillex & Rick Ross –  Purple Lamborghini

Eu esperei tanto por esse som! Quando li que o Rick Ross e o Skrillex se juntaria para gravar uma faixa para a trilha sonora de Suicide Square fiquei louco! Ia diariamente no canal e no twitter dos caras para ver se tinha saído algo.

Quando esse som saiu eu ouvi várias e várias vezes ficava igual criança com um brinquedo novo, quando clipe saiu então… e quando o filme saiu? Enfim, deixa o filme pra lá, vamos focar no som.

Trap bruto com todo o peso – literalmente – do Rick Ross e falar do Skrillex na produção é indispensável, então clica aí e viaja.

12 – Slayer  – Pride In Prejudice

Apesar de não ter falado de Rock and roll nem de Metal ainda, quem me conhece sabe que minhas paixões musicais são esses estilos. E como falar de Metal sem falar de Slayer?

Pride in Prejudice é do Repentless de 2015, mas o clipe só foi lançado em 6 de Setembro de 2016 e é a terceira parte da história que o disco conta. É tão visceral quanto os clipes de Repentless  e You against You, porém, por ser um som mais cadenciado a violência e brutalidade do clipe são destaque.

13 – Grupo Porco de Grindcore Interpretativo – Eu sou amigo da sua mãe no Badoo(m)

O Grupo Porco é uma banda de BH que tem como guitarra e vocal o Porquinho, ex UDR. Então já é sabido que essa porra não presta.

A direção, filmagem e coordenação adulta ficou por conta do Mestre dos Magos do Audiovisual em BH,
Flávio Charchar e o clipe é um rolê em vários bares da capital onde a galera entra, toma uma breja e um destilado e vai para o próximo bar. Evite ver isso perto da família.

14 – Sabotage – Mosquito

Esse disco sem sombra de dúvidas é o mais emocionante desta lista. Trata-se de Mauro Matheus dos Santos, o Sabotage. O rapper que foi assassinado em 2003 deixou um legado incontestável para rap nacional e teve seu disco póstumo lançado em um colab animal com os principais nomes da música brasileira. De Sandrão a Tropkillaz e de Céu a Bnegão todos eles chegaram chegando nessa homenagem histórica que como já dizia o poeta: Respeito é pra quem tem!
Deixei o link da faixa mosquito pois é a mais me surpreendeu, já que em 2003 o trap não era tão difundido, mas, vale ouvir o disco completo várias vezes.

15 – MC Carol & Karol Conka – 100% Feminista

Sem dúvidas 2016 foi o ano das mulheres! E não podia deixar de falar da Bandida nessa parada!

100% feminista foi o primeiro single do o novo álbum da Mc Carol em um colab com os principais nomes do trap nacional, Tropkillaz e Leo Justi além de sua parceira de guerra Karol Conka.

A letra aborda a violência doméstica, o machismo e claro, tem um grito contra esse preconceito muito forte com várias referências históricas.

16 – Beyonce – Formation

Como falar de empoderamento feminino sem falar dela?
Formation vem pesada com uma letra que conta a história da sua protagonista nascida e criada nos estados sulistas, regiões completamente racista. O clipe é quase um filme, com direção de arte, fotografia, coreografia e edição impecáveis. Nessa autora do campeonato provavelmente você já viu esse clipe, mas veja outra vez e reflita!

 

2016 acabou mas deixou muita coisa boa pra gente. E em 2017 espero que seja ainda melhor.

 

Por: Phill Augusto

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